segunda-feira, 3 de agosto de 2009

EMIGRANTES ALENTEJANOS PEDALARAM DA SUÍÇA A CASTRO VERDE EM SOLIDARIEDADE COM "APADIJ"

Dia 27 de Junho de 2009, pelas 10H00 partiram frente à Escola de Vernier Palace em Vernier na Suíça três imigrantes Portugueses residentes naquele País o José Andrade natural de Alqueva o Jacinto Marçalo e Nuno Fatana ambos do lugar da Sete no Concelho de Castro Verde, pertencentes ao Clube Amador de Ciclistas Alentejanos de Vernier (C.A.CA), contaram ainda com o apoio logístico do Jorge Costa motorista da Autocaravana e do cozinheiro Francisco Borralho, na despedida marcaram presença muitos familiares e amigos que lhe prestaram todo o incentivo e apoio moral.A origem da iniciativa remonta a 2008, altura em que estes três elementos decidiram fazer-se à estrada no ano seguinte e pedalar entre o país de acolhimento e o país-natal, para juntar o útil ao agradável, determinaram fazer desta aventura, uma acção de solidariedade para auxiliar crianças da Associação para Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil e Juvenil de Castro Verde “APADIJ”, a quem os ciclistas decidiram entregar os fundos angariados antes e durante a viagem.Cumpriram os 2.180 Km em 15 dias, percorrendo aproximadamente 150 km diariamente por França, Espanha, subiram os Pirinéus, percorreram a costa do Mediterrâneo e atravessaram o Planalto Espanhol.O jantar da véspera na Cidade de Moura foi já em ambiente festivo e até permitiu desvios à rigorosa dieta que vinham seguindo, alguns familiares e amigos, anteciparam a recepção apoteótica reservada para o dia seguinte, a proximidade da meta, que estava a escassos quilómetros, gerou alguma ansiedade mas não os desviou da rotina, após um pequeno passeio pela cidade, recolheram à autocaravana que lhe vinha servindo de hotel nos últimos 15 dias.A última etapa da longa travessia decorreu integralmente em Portugal, tendo iniciado em Moura de onde seguiram acompanhados por uma enorme caravana automobilística e muitos ciclistas anónimos e das Equipas de Cicloturismo Ciclo Fernandense e do Clube Desportivo e Cultural da Sete que fizeram questão de os acompanhar até à terra natal, com uma breve paragem na Ponte sobre o Rio Guadiana onde deram algumas entrevistas para os órgãos de comunicação social e as respectivas chapas de ocasião.Centenas de pessoas há muito se haviam concentrado no local da meta, onde simbolicamente se estendeu uma fita alaranjada, a sede da APADIJ estava toda enfeitada, técnicos e crianças vestiam camisolas da Associação, juntavam-se muitos amigos dos ciclistas e muitos populares que faziam um enorme corredor ao longo da avenida, onde também marcavam presença o Presidente da Câmara Local, o Presidente do Município de Vernier, bem como o Grupo Coral “Os Cardadores da Sete” que brindou os ciclistas com uma cantiga dedicada aos emigrantes.Às 15H00 de Sábado, dia 11 de Julho de 2009, o termómetro assinalava uns 37 impiedosos graus centígrados e nem à sombra o ar era fresco, foi debaixo desse abrasador sol de Verão que os três magníficos aventureiros terminaram, debaixo de muitos aplausos e algumas lágrimas, a etapa entre Moura e Castro Verde, que marcou igualmente o fim da “Maratona” de duas semanas passadas no selim das suas bicicletas, ligando pela força das pernas Vérnier, na Suíça à Vila Campaniça de Castro Verde.Por isso, quando os ciclistas entraram na avenida para pedalarem os últimos metros, parecia que se estava na final de uma etapa do “Tour de França”, com as vivas da população, os beijos e abraços dos familiares e amigos os cumprimentos das autoridades foram muito mais sentidos e carinhosos do que aqueles que se costumam brindar os profissionais.Após feito o balanço da iniciativa e recolhidas todas as verbas os três ciclistas aventureiros entregaram à Presidente da “APADIJ” Dª. Margarida Vilhena um cheque no valor de 10.128,30 euros, que agradeceu frisando que não tinha palavras para agradecer este generoso gesto, garantido que este dinheiro permitirá à APADIJ chegar um pouco mais longe. “O pouco para quem precisa de muito já é alguma coisa.No final da maratona os ciclistas mostram-se cansados mas visivelmente satisfeitos, fizeram um breve balanço da iniciativa, começaram por relatar algumas das adversidades que tiveram que enfrentar o frio o calor, as subidas íngremes ou as perigosas descidas, houve momentos difíceis, mas em momento algum os três ousaram pensar em abdicar de chegar à meta proposta, garante José Andrade, lembrando, sobretudo, as dificuldades superadas na passagem de França para Espanha, pelos Pirinéus, e nas serras do interior Espanhol, logo após a cidade de Valência. Foram dias difíceis, mas já cá estamos, afirmam com notória satisfação e alivio! Chegados a Portugal, é hora de descomprimir. Agora temos de descansar um bocadinho. O Nuno Fatana e que vai já regressar à Suíça de automóvel para assistir ao parto do segundo filho que a esposa Dora lhe vai dar.Vamos aproveitar as Férias e depois porque não repetir a proeza? Deixa escapar José Andrade.

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